segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

A TI combate o crime




De 1999 para cá, a taxa de homicídios no estado de São Paulo caiu 63%. Na capital, a queda foi de 72%. A ocorrência desse tipo de crime cai há 25 trimestres consecutivos. E no terceiro trimestre deste ano, a taxa de homicídios foi 20% menor do que no mesmo período de 2006. Também em trajetória clara de queda estão os índices de crimes violentos e de roubo de veículos.

O mesmo não se pode dizer dos seqüestros e latrocínios, que mantêm números estáveis há alguns anos. Ainda há muito trabalho a ser feito mas, de maneira geral, os dados são positivos.

Muitos dos bons resultados se devem ao investimento do estado em tecnologia da informação, que no jargão policial é chamada de inteligência policial. No ano passado, conta o major Alfredo Deak Júnior, assessor de tecnologia da secretaria de segurança pública de São Paulo, foram investidos 208 milhões de reais em TI. Há investimentos importantes em projetos de digitalização de imagens e na constituição de um banco de dados de criminosos. Mas dois sistemas, chamados Siquant e Macrocrim, são os grandes destaques da inteligência a serviço das polícias civil, militar e científica do estado. Similares a uma solução de Business Intelligence, eles armazenam e geram informações quantitativas e qualitativas sobre a criminalidade, permitindo à policia saber desde dados como o local de maior incidência de cada ocorrência até traçar o modus operandi de um bandido.

Mais do que isso, a polícia usa os sistemas para decidir sua estratégia de combate ao crime. Com base nas informações obtidas, é possível planejar uma operação de ocupação de uma área, por exemplo. Em cada batida policial, há uma ponta da TI. Mas, mais importante, o sistema permite que a corporação distribua eficientemente os policiais pela cidade, escolhendo o efetivo correto para a segurança escolar, o policiamento comunitário, as rondas de moto e os postos avançados. "Isso permite que a polícia dê uma maior satisfação à sociedade", diz Deak. "Quando um deputado cobra mais policiamento em sua região, temos resultados para apresentar, o que reduz a ingerência política na operação."

A informatização também proporciona a redução de pessoal desempenhando tarefas burocráticas nas repartições das polícias. Em sete anos, a taxa do efetivo que fica no escritório caiu de 20% para 8%. "Isso quer dizer mais policiais nas ruas e maiores investimentos em viaturas e outros equipamentos", afirma Deak. Outras medidas virão em 2008, como um sistema que registra todas as placas de carros que saem da capital por estradas. Claro que a questão da criminalidade é um trabalho de muitos anos, que passa pelo combate ao tráfico de drogas e ao PCC. Mas a TI faz parte da tropa de elite que desarticula a violência sem disparar um só tiro.

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